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terça-feira, 6 de outubro de 2015

DO FLAGRANTE AO PRAZER

"A vingança é um prato quente e saboroso."

Estavam casados havia 9 anos, 8 meses e 16 dias. Sim, Larissa era aficionada por datas. Depois deste tempo a relação com Helber estava um pouco fria. Ela sentia uma certa distância entre ambos e isso a afligia naquela tarde de sábado, enquanto arrumava suas roupas no roupeiro e ele dormia no sofá da sala.

Em conversa com as amigas, dias antes, tinha a situação como parte de ciclos do casamento e que precisava dar uma apimentada na relação. "É assim mesmo. Depois volta ao normal", diziam até que uma delas foi ao imponderável: "Será que não tem outra?". Aquilo caiu como uma bomba em sua cabeça. Além disso, nas tentativas de dialogar sobre isso seu marido se calava, pedia para ser outro dia etc.

Refeita, pensava em várias opções para aquecer a cama. Porém, até o momento, todas as ideias pareciam maravilhosas, com lingeries, cremes, locais exóticos e ao mesmo tempo dificultavam uma decisão. O fato é que a relação estava muito próxima de uma amizade...

Como havia levantado sua preocupação com amigas não demorou muito, alguns dias depois da primeira conversa, para uma delas ser mais assertiva: "Ele tem outra! Quando começa assim...". Nesse momento a dúvida tornou-se uma certeza, mesmo sem qualquer prova. Assim ela passou a prestar atenção nos movimentos do marido.

Numa noite, ao sair para o futebol, ela resolveu segui-lo com o carro de uma amiga, previamente combinado. Não demorou muito, apenas duas quadras, para perceber que havia algo errado, pois o campo ficava para direita e ele virou para esquerda. Alguns quilômetros adiante Helder para e uma mulher entra em seu carro. Larissa não conteve as emoções. Trêmula, nervosa, com raiva, teve forças para acompanha-los à distância até o motel em que entraram.

Num impulso, nada mais que vingança tomou sua mente. Ligou para um amigo e pediu que a encontrasse. Assim, Jair veio ao seu encontro. Aquele homem já havia passado pelos seus momentos de pura imaginação. Reticente acabou por aceitar o desafio de ficar no carro, na entrada do motel. Uma loucura, pensavam! Supondo que demorariam entre 1 e 2 horas, ele ficou os primeiros 20 minutos calado, enquanto ela desabafava. Mas seus olhos espreitavam aquelas pernas que a saia curta mostravam...

Depois de meia hora Larissa dava risadas com as histórias que Jair contava de amigos e ou dele mesmo com situações de motel, aventuras e coisas do tipo. Assim, o nervosismo dela foi diminuindo e também passou a observa-lo. Seu sorriso lindo, barba por fazer, cabelo desalinhado, voz cativante e aquele olhar que já não escondia o desejo.

Quando Helder saiu com sua amante, viu diante de si a esposa e ela fitando-o. O choque foi tal que travou seus movimentos. Ela saiu calmamente do carro, Jair também. Ao abrir a porta, levou seu pé esquerdo ao chão, abrindo as pernas a mostrar que estava sem calcinha, como de costume. Mas desta vez havia um homem ao seu lado. Provocante, ainda levou uma das mãos às coxas. Naquele momento Jair assume o volante do carro, ela vai para o banco do carona e adentram ao motel diante dos olhos do marido perplexo.

Não haviam combinado nada, não haviam comentado nada sobre o que fariam depois de serem vistos. Ela apenas pediu para que dirigisse porque queria relaxar. Mas Jair decidiu entrar no motel e Larissa, sem esboçar reação, não criou barreira, limitando-se a dizer "seu louco!". Rindo, deixou-se escorregar no banco trazendo a saia para cima e mostrando sua delícia sem avaliava consequências. No quarto dão risadas. Ela se joga no sofá, esticada, com a cabeça recostada e olhando para o teto imaginando o que se passava na cabeça do marido. Foi então que Jair se aproxima, abaixa-se e beija seus joelhos.


O fogo toma conta de seu corpo e abre suas pernas lentamente. Seus dedos entre os cabelos dele, fazendo com que chegue à sua xana molhada de tesão. Em cada detalhe sua língua a enlouquece. Percorre sem pressa sentindo o sabor insano. Gemendo e contorcendo de prazer. O marido é algo distante em sua mente.

Larissa ergue as pernas e com seus braços por trás das nádegas abre sua buceta para sentir a língua dele dentro de si.

Isso, enlouquece essa vagabunda. Me faz tua vadia! Me chama de cachorra.

Jair, coloca seu dedo dentro enquanto massageia o clitóris com a língua. Mas súbito ergue. Olha nos olhos dela. Larissa sorri, com sorriso safado, passa sua língua entre os lábios e olha em direção do pênis dele que se ergue.

Vem minha vagabunda. Agora tu vai me chupar!

Gruda-a pelos cabelos e mete o pau em sua boca. Ela geme de prazer até a garganta. Tudo no sofá até que ele a pega pela mão e leva para a cama colocando-a de quatro e soca delicioso por trás.

Depois de gozar pela segunda vez Larissa se deita, cansada, exausta. Jair, calmamente, vai por cima para faze-la sentir o gosto do seu gozo...

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

FIÉIS OU INFIÉIS - Final

(Continuação de FIÉIS OU INFIÉIS?)

Jaqueline e Cássio estavam apreensivos pelo que o outro faria. Mas também pelo que eles mesmos fariam, se fariam alguma coisa.

Cássio de forma um tanto sutil fez contato com uma amiga que havia uns meses dera uma insinuada, que jogara um verde e que ele não havia dado muita importância. Era uma garota bonita, que usava um perfume maravilhoso, com um desenho de lábios perfeitos e parecia ter atitude, daquelas que "mandam bem". Tinha um corpo diferente de Jaqueline, com pouca cintura compensado pelas coxas fartas. Nada que na hora do sexo fizesse alguma diferença negativa, pelo contrário. E se o lance era sexo...

Jaqueline tratou de conversar com uma amiga de infância e dos tempos de escola, Dina, com quem mantinha uma relação muito íntima, das tais confissões, dos banhos juntas na adolescência, das trocas de roupas e sapatos. Abriu o jogo. Falou dos detalhes da proposta feita pelo futuro ex-marido, como classificava a amiga. Diante da ideia Dina ficou pasma, mas confessou que igualmente excitada. E levantou uma outra possibilidade: a de realizar uma fantasia.

- Jaque, aproveita e faz alguma coisa que não faria com o Cássio. Vai dizer que você não tem uma safadeza aí, escondidinha?

- Tenho né... E daria uma bela história!

Cássio investe por dois dias seguidos, rodeando a amiga que sabia ser bissexual. Perfeita para "pegar duas ao mesmo tempo", que era o desejado. Logo no segundo contato, o primeiro foi um "Oi!", ela o recebe muito bem. Dos papos iniciais a um brecha para falar em sexo não demorou muito. Correndo contra o tempo ele ousa ser mais direto.

- Sheila, posso fazer uma pergunta um tanto íntima?

- Hummm... vamos ver se posso responder.

- Uma amiga me disse que você gosta de homens e de mulheres. Verdade?

- Nossa... e quem te disse isso?

- Não é verdade?

- É sim. Adoro!!!

Os papos entre Dina e Jaqueline esquentam. A amiga queria saber dessa tara não revelada. E só de pensar em fetiches e taras elas estão molhadas, de vulvas inchadas a ponto de começarem a se tocar, cada uma em seu quarto ao telefone.

- Ai amiga... me coooonta sua louca!!!

- Dina... não se assuste, por favor, mas é que já me imaginei dando pra três negões sarados, de pau grande... Quer dizer, não muito grande pra não doer né...

- Sua louca!!! Ai, ai, ai... Eu também. Ui, dá medo, mas dá um tesão louco. Se você for eu quero também...

- E você iria comigo?

Sheila vai cedendo ao papo de Cássio. É sexta-feira e o tempo está passando e a aflição aumenta. Afinal de contas ele tinha certeza que Jaqueline faria alguma coisa e não queria ficar sem realizar a sua fantasia. Talvez estivesse em jogo apenas sua masculinidade, seu orgulho, sua vaidade. O fato é que a situação lhe causava aflição a ponto de perder horas de sono e deixar tarefas incompletas do trabalho.

- Não tenho como esconder que gostaria de transar contigo e com uma amiga tua.

- Nossa, que direto!

- Porque isso agora?

- Quando soube que eras bi me deu um tesão louco. Mas me desculpe se estou sendo inconveniente.

- Não, não. Apenas estou surpresa. Não esperava por algo assim, tão franco.

- E se você não gostar da amiga que for comigo?

- E se tua amiga não gostar de mim?

- Isso eu resolvo.

- Que bom que aceitaste!

- Eu não disse se aceitei.

As amigas riem muito de tudo, fazendo comentários dos mais loucos sobre como seria transar com três negrões ao mesmo tempo. Contudo, a ideia foi tomando conta de suas mentes e ficaram horas comentando sobre o que fariam. Mas principalmente, onde encontrariam os três rapazes, quando chegaram a um consenso: iriam a um clube no sábado onde tinham certeza encontrar os rapazes. Vestidas para atrair todos os olhares foram ao Caribe Club. O ritual de aproximação começou mais rápido que o esperado através de um amigo de desde os tempos de colégio. Em menos de três minutos aproxima-se um outro rapaz dentro das características que haviam combinado. O papo rola solto, muitas risadas, olhares, uma dançadinha básica e o clima esquentando. Passados uns 30 minutos já estavam muito bem relaxadas com os dois belos homens negros. Faltava o terceiro e coragem para realizar a fantasia. Depois de uma hora e meia elas foram ao banheiro para conferir a maquiagem e discutir o assunto. Corações à boca!

- E agora?

- Os dois são deliciosos.

- Você é muito safada heim...

- Ai, sou mesmo. Ainda mais numa situação dessas. Tu não tá com medo?

- Depois de algumas Tequilas... To é com coragem!

- E como faremos? Com três mesmo ou vamos com estes dois? Eles estão babando por nós.

- Se for com dois a fantasia não estará completa.

Cássio estava entre colocar um pouco mais de pressão e recuar para não perder a oportunidade. Dúvidas e mais dúvidas, numa tensão por manter-se o mais tranquilo possível. "Mulher pode espantar-se facilmente", pensava constantemente. Eram duas horas da madrugada e Sheila parecia dificultar as coisas. Até que...

- Gato, minha amiga está comigo. Acompanhou nosso papo o tempo todo. Vou ligar a webcam e vocês vão se conhecer. Seu nome é Liz.

- Ótimo!

- Uau, Liz você linda!

- E você é um gato como a Sheila me disse. Melhor que as fotos do Face.

- Estou indo até aí agora.

- Então vem...

Os rapazes começaram a desconfiar de alguma coisa com as constante idas as banheiro das meninas. Mesmo que naquele momento já haviam trocado alguns beijos com elas.

- Amiga, eu faço hoje ou nunca mais! Vou perguntar para o Marcos se os caras são gente boa.

- Tá, respira fundo e vamooooossss...

Quando voltaram havia um terceiro rapaz conversando com os outros dois. "Perfeito", pensaram as duas. Era quase três horas, quando Jaqueline convidou-os para saírem dali, sob a recomendação de Marcos. Os rapazes enfim sacaram que algo sacana iria acontecer e entreolharam-se com sorrisos. No banco da frente Toni com Jaqueline que dirigia. Ali mesmo ele começou a passar as mãos em suas coxas. Ela retribuiu metendo a mão no seu pau sem qualquer receio. Atrás, Dina com Alex e Marcos, começaram a pegação. Em minutos ela segurava um pau em cada mão. Sua blusa foi erguida e cada um chupava um seio.

Na casa de Sheila rola um vinho, um rock'n roll do Nirvana e alguns quitutes. Cássio sente-se à vontade, enfim, porque percebeu a atitude positiva das meninas recebendo-o com muito carinho. No sofá elas querem saber mais do seu desejo e ele dos delas. Não economizam em toca-lo, uma de cada lado. As saias curtas revelam pernas apetitosas. Aos poucos ele se sente mais confiante e passa as mãos nas coxas das meninas e...

- Não aguento mais!!!

E parte para cima de Liz, beijando-a e metendo a mão entre suas pernas. Sheila vem por trás e beija-o no pescoço e arranca sua camisa fazendo-o sentir seus seios em suas costa. Ao perceber, mesmo de costas para Sheila, mete a mão em sua buceta que já estava encharcada.

No motel Sheila e Dina já estão nuas e chupam os rapazes com muita vontade. Alex é o primeiro a meter por trás em Dina enquanto chupa Marcos. Toni leva Jaqueline às nuvens, colocando-a de quatro e chupando sua buceta e lambendo seu cu.

As meninas começam a lamber e chupar Cássio. Cada uma por sua vez coloca tudo dentro da boca até que Liz senta nele, fazendo-o sentir todo o calor de sua xana. Sheila beija a amiga enlouquecidamente enquanto tapas são dados nas bundas da meninas entre gemidos e xingamentos.

Saciadas depois de vários orgasmos os negros lavam seus seios de porra.

Cássio, cansado, suado, quase destruído por duas insanas, vê seu leitinho ser saboreado.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

FIÉIS OU INFIÉIS?

Depois de 19 meses de relacionamento e algumas aventuras muito quentes, Jaqueline e Cássio resolvem casar. Estavam convictos que se completavam, que se curtiam a ponto de deixar de vez a vida de solteiros e que queriam seguir com planos em comum. Ela com 32 anos e ele com 30. Em meio a sonhos de apartamento, de viagens, de estudos, tudo conforme a obsessão por organização que Jaqueline tinha, surge um assunto delicado: infidelidade.

Ambos tinham tido experiências de trair e ser traídos. Aliás, conheceram-se num momento de pura química, quando traíram seus pares. Ambos deixaram relacionamentos para ficarem juntos, sem antes darem umas boas escapadas um com o outro. Fora um momento em que não tinham total certeza do que sentiam. Ou seja, sabiam do que eram capazes!

- Seremos fieis? Perguntou Jaqueline com olhos fitados em Cássio. Podemos acertar agora que teremos um relacionamento aberto, que transaremos com que quisermos... Ou - faz uma pausa - seremos absolutamente fiéis um ao outro.

O assunto ficou na pergunta e no silêncio de Cássio por duas semanas até que ele volta a toca-lo. Ele não tinha dúvidas sobre o que sentia. Ela também não. Porém, sentimentos mudam, como aconteceu antes em suas vidas. Sem que pudessem fugir mais do assunto, sentaram-se. Ela no sofá, ele na poltrona. Som desligado, sem bebidas, sem celulares, sem coisa alguma que os distraíssem.

- Eu não sei do futuro. Nesse momento eu quero só você. Não penso noutra coisa senão viver contigo e só contigo. Disse Cássio, abrindo a camisa pelo calor que sentiu naquele instante.

- Eu também quero só você. Eu te amo. Não me vejo com outro homem. Mas reconheço que nosso passado nos condena. Alertou Jaqueline, abaixando a cabeça, enquanto ajeitava a saia longa.

- Eu sei o quanto você gosta de sexo. E sexo deliciosamente louco. Às vezes acho que não vou dar conta do teu tesão. Então, tenho uma proposta...

- Qual?

- Uma semana de sexo com quem você quiser, do jeito que quiser e onde quiser.

De todas as opções que haviam passado por sua cabeça, essa, definitivamente, não ocorrera. Ainda mais vinda do cara com quem pretendia se casar. A surpresa foi tal que seu coração quis saltar pela boca. E não teve como conter que foi como se apertasse um botão para ficar extremamente excitada. Sentiu fogo entre as pernas. Teria ele percebido alguma coisa? Interpretado erroneamente algum de seus gemidos? Como uma ideia dessas a excitara tanto? O que ele queria com isso? Quantas perguntas em um segundo percorreram sua mente.

- Quê? Disse espantada, movendo-se para a frente como se fosse levantar.

- É que eu sei o quanto tu adoras sexo e acredito que nesse tempo em que estamos juntos você só transou comigo. Então, eu acho que será um momento em que você poderá ter certeza se vais ficar só com o sexo que eu te dou.

- E você?

- Bem, você pisca um olho e tem uma fila de caras te querendo. Digamos que eu terei mais trabalho que você em ter uma garota afim de um dia para o outro. Mas pode ter certeza que vou atrás... Quero que você decida sozinha, sem qualquer influência minha, sobre ser fiel ou não.

Jaqueline deixou para acertar os próprios pensamentos pra depois. Estava excitada. Levantou-se e foi até Cássio ajoelhando-se em sua frente, abriu sua calça e começou a chupá-lo ensandecidamente, colocando todo o seu membro dentro da boca. Em movimentos rápidos tirou a saia, a calcinha e sentou-se nele, de costas para o seu homem. Com movimentos fortes, socava, apoiando suas mãos nos joelhos dele.

- Quero que goze na minha boca. Ela falava em meio a gemidos de tesão.

Enfim, depois de pega-la de quatro e meter com toda a força que podia, imaginando-a com outros caras, dando para dois ou três ao mesmo tempo, fê-la gozar por duas vezes. Ela se vira, jogada no tapete da sala, recebe seu leitinho na boca, como desejara. Suados, ele a beija e sente seu próprio sabor em seus lábios.

Passados mais alguns dias voltaram a conversar e tomaram a decisão de terem uma semana livres e, então, decidirem se seriam fiéis, mesmo tendo confirmado que se casariam.

Chegou a quarta-feira combinada e pelos próximos sete dias não se falariam. Estavam livres para sexo com quem quisessem, do jeito que quisessem, onde quisessem.

(CONTINUA)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O PECADO MORA DENTRO

O encontro era num templo, numa igreja. O padre estava presente, mas apenas acompanhava enquanto o jovem Alan estava à frente, falando para um público atento, igualmente jovem naquele sábado à tarde. Em meio a outros de sua idade, Diva, uma jovem de rosto lindo e corpo com curvas muito generosas, gravava cada milímetro, cada segundo, desde o início, quando rapidamente fora apresentada a ele havia alguns meses. O mover dos seus lábios a fascinava, mas não por suas belas palavras... Era o movimento daqueles lábios carnudos, ao abrir e fechar, no sorriso que em alguns momentos fazia seu rosto brilhar para ela. O que ele dizia? Não lembra de uma única palavra sequer.
Linda, ali sentada, imaginava os lugares que gostaria que aquela boca percorresse. Nossa! Como ela desejava aquele homem. Ardendo de tesão chegou a molhar a calcinha mergulhada em delírios, fetiches e todas as posições que desejava, apertando as pernas uma contra a outra, ora cruzando-as para um lado, ora pra outro, numa tentativa vã de massagear seu clitóris. Impaciente, pensou em ir ao banheiro masturbar-se...
O rapaz apreciava a doçura com que Diva tratava as pessoas e as palavras de conforto que transmitia, nos vários momentos de trabalhos sociais que haviam feito juntos. Mas gostava mesmo quando a calcinha dela esta atochada na bunda, como lembrou mais tarde. O visual atiçava-o, dava um tesão maluco. Os seus olhares inflamavam ao se cruzarem, sem, contudo, declararem-se um ao outro. Afinal, a causa era espiritual e não poderiam mudar seu foco. Em seus íntimos sabiam que na primeira oportunidade que tivessem iria rolar o sexo mais louco de suas vidas. A química exalava pelos poros. Entretanto, existia uma dúvida muito grande: ambos sabiam o tamanho do pecado que estavam a ponto de cometer. Vez ou outra pensavam no risco de sua fé, no que poderia acontecer se fossem descobertos, já que o sexo era para o casamento. Tudo passava por suas mentes, cada um em separado, como se estivessem dialogando.
“Inocentemente”, após uma vigília do grupo de jovens, de cânticos, leitura da Bíblia e orações, Alan leva a moça à sua casa. O papo rola sobre as atividades da congregação e seu apego às coisas de Deus. Ate que ele diz: “Irmã, você sabe do afeto que tenho por você…”. Ela o interrompe e o convida para entrar, porque o que ela sentia estava muito longe do tal ‘afeto’. Era um desejo, tesão. Esse desejo, inibido pela doutrina de sua igreja que condena aqueles que deixam aflorar suas paixões carnais, não tinha mais como ser contido, a menos que um recuasse. E como assumir que ela queria ser comida com força, violada e chamada de pecadora? Ah, quanto fetiche...
Alan, já sentado no sofá, tenta continuar sua fala envolto numa tentativa de santidade, mas não consegue. Diva novamente o interrompe. Dessa vez sobe em suas pernas, tira a blusa e o sutiã preto que brilhava naquela pele tão clara e macia. Em um abraço nu, falando ao ouvido ela disse: “TE QUERO!”.
Naquele momento nada mais restava senão pecar. Ele começou a lamber os peitinhos dela como se não houvesse amanhã. Porém, a sede da irmã era outra. Insandecida de tesão ela queria que o pau dele entrasse todo em sua boca. Com a cara mais safada que uma mulher pode fazer, ela o engole, olhando fixamente para os olhos dele, com um sorrisinho safado como quem sabe que esta agradando. Suga seu pau deliciosamente, chupa-o com vontade, faz sentir em sua garganta, brincando por alguns minutos. Alan está contorcendo-se, segurando o gozo.
A gata, já nua, sobe novamente em cima dele, que está inebriado com tanta atitude de Diva. Coloca seu pau grosso inteiramente em sua buceta molhada e quente. Soca com força, do jeito que sonhara durante meses. Sim, ela fez tudo o que quis…
Trocaram posição enlouquecidamente. Ora ela ficava de quatro, ora subia nele. Diva, tendo gozado várias vezes sentiu que Cássio estava para explodir de tesão. Parou de súbito, pediu que ele a deixasse recostar no sofá e disse: “Enche minha boca de porra!”.
Eles têm um próximo encontro marcado. Enquanto isso trocam mensagens cheia de "ótimas" intenções, de tesão e de pecado! Pecado? O sexo falou muito mais alto.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

NÃO IMPORTA MAIS

Luciano fora dormir em êxtase. Além de uma transa deliciosa, com uma mulher que há meses desejava, jamais imaginava que tudo seria envolto num simples "sem perguntas". Como poderia ser isso? Quais motivações ela teve? O que ela havia gostado nele? Como seria encontra-la novamente nos corredores do supermercado? As perguntas fervilhavam em sua mente ao mesmo que as cenas de sexo e daquele corpo o deixavam a olhar para o teto do quarto sem vê-lo.

Colocou "I Ain't No Nice Guy", do Motörhead, no som, para tentar relaxar. Não conseguiu. Andou de um lado para outro no quarto. Uma cerveja, um olhar pela janela do apartamento. Amanhecia, quando seus olhos não suportaram mais e, enfim, adormeceu.

Não havia espaço para outro pensamento naquela manhã. Mal conseguia alimentar-se, mal conseguia caminhar, mal conseguia dirigir até o trabalho. Pensamentos desordenados, perguntas e mais perguntas. Estaria apaixonado? Ela era casada e nisso estava uma barreira intransponível para ele.

Passam-se 20 dias e não a vê. Havia perguntado para colegas do outro turno e confirmaram que ela vinha pela manhã, quando ele não estava. Pensou em circular por lá, mas seria óbvio demais. Afinal, ela disse "sem perguntas". Naquele dia ela aparece fazendo o seu trabalho nos corredores do supermercado. De longe Luciano a vê, mas Francy parece compenetrada e nem olha para o lado. Como resistir?

- Oi.

- Oi Luciano, como vai?

- Bem e você?

- Estou ótima. Muito trabalho como sempre.

- Eu queria... Ela o interrompe com um gesto como que pedindo silêncio.

- Sem perguntas!

Com aquele sorriso simpático e cativante de sempre curva-se e continua seu trabalho. Ágil como de costume, logo levanta-se e vai embora. Ele está definitivamente sem saber o que fazer. De qualquer forma toma uma decisão: "Não vou ficar nessa!". Assim, como quem passa uma borracha parte para a noite, porque era sexta-feira e os amigos haviam combinado a cerveja de sempre. "Quem sabe pinta uma gata diferente hoje..." pensou enquanto caminhava aliviado consigo mesmo para atender suas responsabilidades.

Aquela experiência passou à uma mera lembrança. Afinal, havia conhecido uma garota através de amigas de sexta-feira e começara a gostar dela.

Era segunda-feira e o dia começara tranquilo. Dava aquelas ajeitadas no apartamento pra diminuir a bagunça do domingo. A namorada saíra cedo e Luciano limpava com o ânimo que o dia proporcionava, sem qualquer compromisso com nada. Era 11h21 quando o interfone toca. Era ela... "Meu Deus! O que faço agora? Numa segunda-feira?" pensava contando o tempo que levaria para chegar ao seu apartamento. "Preciso de um banho! Louco, acabei de tomar". Quase em pânico a campainha toca. Segura a maçaneta, respira fundo e abre. Seu coração bate forte. São dois segundos eternos em que olham-se até que ela sorri levemente.

- Posso entrar?

- Ah, puxa, desculpa... Você me deixa nervoso!

Ela estava linda com aquela calça jeans, sandália a mostrar seus pés, uma blusa insinuando a silhueta do sutiã, cabelos presos, brincos pequenos, lábios com uma batom discreto e aquele perfume inebriante. Entra, enquanto ele facha a porta lentamente observando seu pescoço. Desta vez ele se recosta na porta com as mãos para trás. Francy para no meio da sala e se volta com um sorriso maroto, olhos brilhantes, com as mãos à frente segurando uma bolsa pequena.

- Luciano...

- Francy...

Silêncio! Ambos fitam-se e sorriem. Respiração ofegante, impossível de ser contida.

- Vais ficar aí na porta?

- Sim. Há umas perguntas que quero fazer.

- Faça.

Alguns segundos se passam enquanto ele não consegue coordenar os pensamentos. Lentamente se afasta da porta e vai em direção a ela...

- Sem perguntas. Não importa mais... Diz enquanto suas mãos a seguram pela cintura.

Puxa-a para si e a beija loucamente. Ali, com um universo de tesão incendiando-os, suas roupas desaparecem e entregam-se ao sexo quente, depravado, sem limites, com força, com gemidos, molhado, intenso como somente o mistério poderia fazer surgir.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

SEM PERGUNTAS...

Como de costume foi ao supermercado no sábado pela manhã para as compras básicas do final de semana. Nada marcado, nada programado, nada esperado para o dia, tampouco para o domingo já que trabalharia ali mesmo como gerente dos caixas. Talvez um amigo ligasse para uma cerveja, ou mesmo para uns quitutes num dos barzinhos da cidade. Sequer se preocupara com isso. Afinal, a sexta-feira à noite já tinha sido de boas companhias e muitas risadas. Aliás, em poucos momentos tinha rido tanto com a galera.

De corredor em corredor, creme dental, sabonete, frango temperado, Sucrilhos de chocolate, pêssegos em calda, uma lâmpada e o zig-zag de sempre entre gôndolas, sem a lista, lembrando na medida em que "passeava". Foi numa dessas passadas que a viu.

Uma repositora de fornecedor que não conhecia. Parecia ter uns 35 anos, cabelos pretos e lisos presos com "rabinho de cavalo", muito ágil, concentrada, com o cuidado da camiseta ficar por cima da calça mesmo quando abaixada, típica atitude de quem leva seu trabalho a sério. Era linda, sua pele do jeito que ele gosta, o desenho dos lábios, unhas bem cuidadas e a aliança na mão esquerda. Sim, uma aliança enorme e sem os anéis junto à aliança que mulheres, na avaliação dele, costumavam usar pra disfarçar o serem casadas. Imaginou ser daquelas que se sentem bem casadas, que querem mostrar isso e que uma abordagem seria apenas passar vergonha.

Porém, não resistindo à vontade de aproximar-se, foi ao seu encontro.

- Oi, bom dia. Sou Luciano, gerente de caixa aqui e não lembro de você.

- Prazer, Francy. É a primeira vez que venho. Fui contratada faz alguns dias. Ai, to nervosa!

- Mas por que? Tá precisando de alguma ajuda?

- Coisas do primeiro dia. Isso passa...

Trocaram mais algumas palavras e a deixou trabalhar. Seu coração bateu forte ao mesmo tempo que não podia pensar em outras possibilidades senão um papo eventual, pois no trabalho seria complicado dar atenção além das necessidades do próprio trabalho.

Na segunda-feira encontram-se no estacionamento. Ele chegando para o turno da tarde e ela saindo para outro supermercado. Mais umas palavras e Francy mantém uma atitude profissional, sem qualquer margem para mais que isso.

Os encontros casuais seguiram-se por muitas vezes ao longo de oito meses sem que houvesse um detalhe sequer que o fizesse ter esperança. Além disso, não tinha qualquer pretensão de problemas com mulheres casadas. Ela o atraía por demais e estava vivendo sentimentos contraditórios. Aquele jeito de tratar as pessoas, aquela voz, aquele corpo, aquele perfume, aquele sorriso... Tudo parecia atraí-lo. Os papos eram sempre alegres e não íam muito além do trivial.

Naquela terça-feira a surpresa!

Ao chegar ele a vê num banquinho em que os funcionários relaxavam nos intervalos, numa lateral do estacionamento. Estava cabisbaixa, olhar ao longe, mãos jogadas sobre as coxas e o cabelo solto. Não havia o sorriso e nem aquele olhar tão amistoso que o cativara.

- Oi Francy...

- Que horas você sai?

- Às 22h30 mais ou menos.

- Tá. Vou te ligar. Já tenho teu celular. E sem perguntas!

Ele ficou gélido. Uma estátua, mudo, sem qualquer reação enquanto ela se afastava, entrava em seu carro e sumia. Seus pensamentos começaram a fervilhar, tremia sem saber do que se tratava. Calara-se diante da firmeza das palavras dela e porque nem dera tempo para, sequer, pensar em algo. Não parecia aquela mulher que estava acostumado.

O dia foi longo para Luciano. Muito longo. O mais longo de sua vida. Cometeu vários erros no trabalho, não conseguia dar continuidade a qualquer conversa, foi ao banheiro olhar-se no espelho várias vezes, suava, olhava as horas a cada minuto... Foi um dia como jamais esperara, como jamais imaginara.

Às 22h43 o telefone toca. Era ela.

- Estou no posto de gasolina ao lado do hotel Antália. Entre em meu carro e sem perguntas.

Luciano entrou em seu carro sem nada dizer. Francys vestia um vestido escuro mostrando parte das coxas, cabelos soltos e muito bem penteados, seu perfume tomava conta do carro, o batom realçava aqueles lábios lindos e as sandálias mostravam seus pés maravilhosos. Neste momento ele não tinha mais como conter sua excitação diante do pouco que via. Sua mente estava povoada de loucuras e insegurança. "O que ela gosta, o que devo fazer...", mais perguntas e uma certeza apenas: estava a caminho de um momento há meses sonhado.

Entram na suíte, ela fecha a porta atrás de si, recosta-se, olhando-o fixamente. Ele treme diante de uma expressão que jamais vira naquela mulher linda. Por um segundo teve medo. Por um segundo pensou que estava numa enrascada até que ela o beija. Ah, o beijo... Enlouquecedor, alucinante, quente e molhado. As mãos de ambos percorrem seus corpos. Luciano sente o calor de sua pele macia por debaixo do vestido, respiração ofegante, enquanto Francy quase rasga sua camisa, com agilidade tira seu cinto, abre sua calça e segura com força seu pênis. Ela puxa a calcinha para o lado, contorce-se de tesão, roçando sua xana nele.

Num instante para repentinamente, afasta-se um palmo, coloca suas mãos em seu peito e vai descendo até que tem-no todo dentro de sua boca. Chupa com tanta intensidade que Luciano tem que controlar-se para não gozar. O vestido desce por seu corpo sem que pare de chupar. Ao erguer-se joga-o na cama, vai sobre ele e cavalga forte em meio a gemidos de prazer.

Essa é a noite que escolhera para matar dois homens... Um de tesão e outro de desespero.

domingo, 29 de setembro de 2013

AO SOM DA PRIMEIRA VEZ

(Continuação de A DOIS PASSOS DO PARAÍSO. Se quiser ler do início: ERA TODA CERTINHA)

Chega sexta-feira. São 22h42min e ele sabe que Vera já chegou da faculdade. Está ansioso, conta os segundos para receber uma ligação, sente-se perto demais, ao alcance das mãos. Pra tentar relaxar escolhe Marina Lima pra curtir. Toma um banho quente, faz o contorno da barba, perfuma-se de corpo inteiro, abre o roupeiro e pega a roupa que comprara para aquele momento. Um momento que, sequer, tinha certeza que aconteceria. Estende na poltrona do quarto, deixa cair a toalha no chão e percebe-se como que sonhando, temendo e tendo certezas ao mesmo tempo. Afinal, se ela disse que estaria sozinha é porque quer mais que um almoço no shopping. Seria hoje, seria amanhã, seria domingo? A semana foi a mais longa de sua vida. Mal conseguira trabalhar. Tampouco ligara para os amigos. Errou em quase tudo que fez e sem saber o que dizer aos clientes.

Vera chega da faculdade, toma um banho demorado, depila-se tranquilamente, trata dos cabelos com muito cuidado e observa-se no espelho enquanto cobre-se com a toalha. No quarto joga a toalha, está de frente ao enorme espelho. Entre a vaidade de um corpo perfeito e a insegurança de um primeiro momento eis uma mulher, cujo coração bate forte, intenso, iluminado pela luz do abajur. Coloca The Corrs no som e curte Only When I Sleep dançando nua como se estivesse levitando, de olhos fechados para embalar um sonho, na ponta dos pés, imaginado-se nos braços de um homem pela primeira vez... A deusa dos sonhos de um homem.

Joga-se na cama... "O que ele estaria fazendo agora?'' Murmura enquanto rola "what can i do to make you love me?". Veste uma calcinha de rendas e canta...

"love me, love me... No more waiting, no more aching. No more..."

Hélcio não suporta mais. É meia noite. A ansiedade o devora. Em meio aos medos de espanta-la e a vontade de jogar-se loucamente ele olha o aparelho querendo que toque... E toca. Em uma fração de segundos ele atende.

- Vem!

- Vou!

Um coração quase a explodir toca a campainha. A porta se abre lentamente. Por alguns segundos ele a contempla, parado. Vestido preto um pouco acima do joelho, alças finas, cabelos soltos, sandálias de tiras a mostrar os pés mais lindos que ele jamais havia visto. Quando diria de sua beleza ela faz sinal de silêncio e estende uma das mãos. Gentil e lentamente ele a toma pela mão e entra. Nada dizem, seus olhos falam intensamente.

Ela o leva para o centro da sala, coloca suas mãos em seu peito e as eleva até que esteja abraçada. E começam a dançar bem lentamente. Hélcio a segura pela cintura, coloca o rosto a sentir seus cabelos e se embriaga com aquele perfume delicioso. Naquele momento ele entende a mensagem: ''ela quer me conduzir''.

A música e a paixão os fazem esquecer do mundo à volta. Com olhos brilhando ela o beija no canto da boca e vai beijando até que suas línguas se encontram, enquanto abre sua camisa e com firmeza inesperada está a beijar o peito dele. Suas unhas quase o arranham. Sem que perceba ele está de costas para o sofá e ve-se sendo como que arremessado para trás. Cai sobre o móvel completamente dominado por uma menina.

Com olhar direto em seus olhos, Vera, começa a dançar e a despir-se. Tira uma alça, tira a outra, sem que o vestido caia. No balanço da música o vestido cai... A fera, domadora, estava oculta. Estava à espera de um homem que a fizesse surgir do mais obscuro de uma pureza que ela acabara de admitir, não era sua. Aquela menina não queria ser santa, não queira a castidade que impunha a si mesmo em nome de alguma coisa que nem sabia o porquê. Estava ali, completamente livre daquela que ela mesmo criara. Sim, queria abrir suas pernas e possuir aquele homem. Queria ser domada, queria ser submetida ao seu sexo. De dominadora a dominada, de pegadora a submissa, de ativa a passiva... Queria tudo daquele homem!

Vestindo apenas uma calcinha minúscula ela coloca um dos pés no peito dele, fazendo-o sentir a dor do salto da sandália. Senta-se sobre suas pernas e começa a cavalgar, sentindo o volume entre suas pernas enquanto ele beija seus seios. Desce e retira suas calças para suga-lo com uma intensidade que ele ainda não havia experimentado. A vontade dela refletia cada dia de espera.

Enlouquecido de tesão ela a pega pela cintura a coloca deitada no sofá retirando sua calcinha. Começa a beijar seus pés até chegar à sua xana, onde delicia-se percorrendo cada detalhe com sua língua. Deitado sobre ela, beijando-a intensamente e vendo-a contorcer-se de prazer a penetra.

Aquele momento segue entre amantes até quase ao amanhecer, quando adormecem cansados, apaixonados, mergulhados em prazer.

Silêncio!


domingo, 22 de setembro de 2013

A DOIS PASSOS DO PARAÍSO

(Continuação de RECONCILIADO CONSIGO MESMO)

Verinha havia passado o restante da semana com coração batendo forte, sem conciliar os pensamentos, sem concentrar-se nos estudos, em conflito sobre o quê fazer diante de algo tão forte. Ficara impressionada com aquele homem. Havia algo nele que a atraia. Das muitas fantasias que fizera nenhuma incluíra um encontro no estacionamento da faculdade, tampouco que tinha aquela aparência. "Seria demais imaginá-lo com exatidão...'', falava para si em meio a risos.

Sentiu vontade de revê-lo. Para tanto, movida da mais absoluta cautela, arquitetou um plano. Partira do fato que ele poderia ser mais um desses caras sem qualquer princípio, de maus hábitos e que queria apenas usa-la, brincar com ela. Poderia ser até um sequestrador, estuprador... Enfim, o mal em pessoa. Mas como saber suas verdadeiras intenções? Se era solteiro não perderia a oportunidade de festar num sábado à noite. Assim, decidiu telefonar à meia noite, pois estaria apenas começando uma bebedeira, por exemplo. Antes, porém, tratou de bloquear a identificação do número de seu celular.

Tremia ao ouvir o ''alô''. Não sabia ao certo o que dizer. Numa fração de segundos lhe ocorreu de dizer apenas ''sou eu''. Assim, se houvesse mais alguém ele poderia deixar-se enganar, denunciando-se.

- Meu Deus! Você ligou... Espera vou desligar a TV.

- Tá.

- Eu estava em dúvida se ligarias. Achei que fui tolo, que fui ridículo. Afinal, que louco faria aquilo em plena avenida? To nervoso! Como você chama?

- Luiza.

- Puxa... nem sei o que dizer exceto que você é linda!

A conversa se seguiu por alguns minutos. Sem que ela falasse muito. Queria senti-lo, queria perceber sua voz, queria que ele se mostrasse ao máximo. E assim, fez por alguns finais de semana com uma condição: não aparecer na faculdade. Queria apenas conversar. Se ele respeitasse suas condições seria um bom sinal. Com isso ela foi amealhando detalhes para que se sentisse segura e tivesse certeza de quem ele era.

Sabendo um pouco mais a cada ligação, sem jamais perguntar sobre esposa ou sua vida pessoal deixou que o papo fluísse. Num dia, durante a semana, resolveu ligar para seu trabalho, um teste, entre tantos que havia arquitetado. Afinal, estava atraída, mas não poderia agir de forma irresponsável.

- Por favor, gostaria de falar com a esposa do sr. Hélcio.

- Desculpe, mas ela não trabalha aqui e acho que eles estão separados. Disse a atendente.

Sentiu-se ainda mais segura de seus propósitos a ponto de dar seu nome verdadeiro para ele. Estava cada vez mais interessada naquele homem que parecia ser gentil, educado, alegre e maduro. Também passou a ouvir mais as colegas de faculdade sobre suas aventuras. Nenhuma manteve relacionamento com o da primeira transa. Apenas uma prima de sua idade ainda namorava o primeiro, mas também não era uma pessoa que a inspirasse. Foram dias intensos de muita observação. Porque estava decidida em se entregar, mas queria algo singular, não queria um guri inexperiente e afoito. Seria Hélcio?

Quanto mais o tempo passava mais Verinha o desejava. O próximo passo seria reencontrá-lo pessoalmente.

Como se tornara um costume telefonar no sábado resolveu não ligar, deixando para o domingo. Era 11h17, quando fez contato. Ora, um homem que tivesse algum compromisso com outra mulher não estaria disponível para um almoço em menos de uma hora.

- Oi, aconteceu alguma coisa? Você está bem? Perguntou Hélcio mostrando cuidado.

- Sim, estou. Vou almoçar no shopping. Vamos?

Novamente ela o surpreende. De tão arredia, de nem ao menos dar seu telefone, esse convite o deixa totalmente desconsertado. Com esse teste derradeiro estava convicta de que não se tratava de um homem atrás de uma amante ou algo parecido. Tinha conferido sobre seu trabalho e um pouco de seus hábitos sociais. Um festeiro não estaria em pleno sábado em casa. Contudo, seu coração estava dividido entre apenas conhecer o sexo com alguém diferente e assim ter um momento como suas amigas não tiveram, e ter um romance. Por sua vez ele sentia cada vez mais o peso da idade dela. Em alguns momentos pensava que seria uma maldade, pois deveria estar com rapazes de sua idade. ''Puxa, ela tem um ano a mais que meu filho. Poderia ser a namorada dele!'', pensava angustiado.

Ambos nervosos, encontraram-se conforme combinado. Alegres assim que começaram a relaxar, a conversa flui. Falam mais de suas vidas, dos estudos, do trabalho, das famílias. Hélcio está surpreso com a maturidade da menina. Enquanto ela fala ele observa aqueles lábios pequenos, as mãos suaves com unhas bem cuidadas e pintadas apenas com esmalte incolor, a pele perfeita e sem maquiagem, seu perfume doce, o modo discreto como se veste, o penteado simples e bem feito, os brincos pequenos e o sorriso... Ah, o sorriso dela. Que encanto.

Vera está gostando do olhar firme dele. Enquanto fala ela observa seus gestos. Seu bom humor é flagrante, sorriso largo, roupas despojadas sem querer impressionar, mesmo a calvície é simpática, seus assuntos são muito bons. Sabe que ele a deseja, mas percebe que não a olha como se a quisesse devorar. Há respeito. Sequer a tocou no braço ou, como alguns rapazes que vão logo pegando pela cintura. Não, ele apenas mantém-se próximo a ponto dela sentir seu cheiro de homem. Sua experiência é fascinante, pois fez muitas coisas que ela nem imaginava e que ao vê-lo comentar sentia-se atraída.

Ao se despedirem Hélcio a olha demonstrando, enfim, sua vontade de tocá-la. Vera percebe e também quer abraça-lo e beijá-lo. Todos os receios dela haviam sumido, pois somente um homem plenamente livre almoçaria com uma mulher em meio a tantas famílias num shopping. Somente um homem interessante seria cumprimentado por outras pessoas sem constrangimento algum. Casais vinham conversar. Que mais sinais ela precisava? Nenhum!

Naquela noite ela telefona, permitindo que ele saiba do número de seu celular, para dizer que gostou do encontro. Ele não esconde mais seu desejo e se declara apaixonado.

- Estarei sozinha no próximo final de semana...

(Continua)

RECONCILIADO CONSIGO MESMO

(Continuação de QUE MICO EU TO PAGANDO)

Hélcio acorda-se com o telefone tocando. Era seu filho querendo saber se iriam dar uma caminhada no final daquele sábado. Combinaram a hora e o local, sem muito mais. Despertado, levanta-se e vai lavar-se como de hábito. Diante do espelho passa a lembrar-se da semana e do que fizera para rever e falar com aquela menina. Um filme vem à sua mente, emoções diversas: ri de si mesmo, pergunta sobre sua própria sanidade, vê o tempo em seu rosto.

Estava havia quase um ano sem apaixonar-se. Sequer tinha namorado ''firme'' como pessoas de sua idade costumavam falar. Algumas marcas estavam muito fortes. Seu relacionamento de anos sucumbiu diante da traição de sua esposa. Da raiva para o desespero e, finalmente, começara a entender que ela apenas fora buscar a atenção que ele não dava. Por anos dedicara-se ao trabalho e não via nela uma amante, não via nela o seu tesão. Enfim, teve que assumir que não tinha como cobrar absolutamente nada porque teve vários casos paralelos ao casamento. Sua mulher não havia se vingado como elas costumavam falar. Ela apenas queria sentir-se amada. Queria sentir-se desejada e sentir o tesão da juventude.

Relutante, querendo reparar o pouco dos erros do passado, pega o telefone e liga para ela.

- Eu sei que errei contigo e não peço nada além de perdão. Reconheço que fui ruim para você e espero que estejas muito bem em sua nova vida.

Clarisse o ouve em silêncio. Havia sete ou oito meses que não se falavam. Ele se despede sem que dela nada ouça. Foi silêncio absoluto quebrado apenas por um ''obrigado'', com tom de espanto, ao final da ligação.

Chegando da caminhada que tivera com seu filho, colocada a conversa em dia, dadas as muitas risadas que costumavam dar com as coisas do dia-a-dia, voltou para casa. Era 19h32 quando olhou o celular ao entrar. Toma um banho, sente-se satisfeito por ver a casa limpa e por ter tido um dia muito bem aproveitado. O fato novo, sentindo-se bem por estar leve com o pedido de desculpa para com sua ex, decide ficar em casa, mesmo sendo um ''dia de festa''. Coloca Dizzy Gillespie no som, estende a toalha, faz um café, aquece o leite e coloca fatias de pão integral para torrar para comer com requeijão. Enfim, um lanche tranquilo, reconciliado consigo mesmo e com um copo de suco de pêssego, dá um suspiro de satisfação.

Da locadora trouxe alguns filmes e, atirado na cama, assistiu-os quase sem parar, exceto para abrir uma cerveja e preparar um petisco de queijo e pepino em conserva. O celular toca, sem numero identificado. ''Telemarketing à meia-noite?'', pensou.

Não! Era ela...

(Continua em A DOIS PASSOS DO PARAÍSO)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

QUE MICO EU TO PAGANDO!

Continuação de ERA TODA CERTINHA.

Dias intermináveis se seguiram àqueles dois momentos em que ambos surpreendem-se um com o outro. A imaginação, quase incontrolável, mistura-se com o medo da rejeição e de não mais se verem. De um lado uma menina doce e inexperiente. De outro um cara maduro, experiente e igualmente inseguro. Até para as motos mais improváveis, nas esquinas mais improváveis, nos horários mais improváveis, ambos olhavam em busca do reencontro.

Hélcio passou a pensar no que fazer. Dentro das possibilidades estava que ela poderia fazer faculdade. Ora, quantas haveria numa cidade de quase 190 mil habitantes como Itajaí? Nunca imaginou que se preocuparia em saber disso. Contudo, esse foi seu plano A. Depois, caso não desistisse dessa insanidade, faria um B.

Naquela semana ficou três noites seguidas no estacionamento da Univali. Tinha que começar pela maior. Chegava às 18h40, esperando a onda de motociclistas até por volta das 19h15. Eram 35 minutos achando-se ridículo, querendo desistir, olhando o celular ou ligando para um amigo para passar o tempo que lhe pareciam horas. Quando prepara-se para ir embora naquela quarta-feira é abordado por dois dos vigias. Sua atitude chamara a atenção da segurança do Campus. Constrangido, conta a verdade. Os caras riem, pedem se pode mostrar seus documentos, e falam com firmeza para que não voltasse.

Naquele dia ela não tem as primeiras duas aulas. Mas decidira chegar um pouco antes para as cópias de livros para as provas de semana seguinte. Nos intervalos, ou um pouco antes das aulas o ''xerox'' era sempre muito disputado. Portanto, aquele período seria ótimo. Ao estacionar não dá atenção ao que se passa. Era apenas mais um motociclista conversando com os amigos da segurança, pensou. Afinal, vigia com moto não faltava. Está distraída com a rotina dos mesmos movimentos, dia após dia, naquele local. Guarda o capacete debaixo do banco, confere os cabelos no espelho e confere se há alguma chamada no celular.

Ao virar-se para seguir à biblioteca toma um susto. Está de frente com um homem que sorri para ela. Não o conhece, não o reconhece. Nunca tinha visto, achava. Um meio segundo de hesitação e ele estende uma rosa.

- Desculpe, eu não sei o que dizer. Sou o motociclista que...

- Eu sei quem você é! Ela o interrompe, olhando a rosa.

Movida da mais absoluta insegurança não o olha nos olhos até que resolve pegar a flor. Com movimentos leves leva-a ao rosto, sente seu cheiro suave, fecha os olhos e agradece. E agora? O quê fazer? O quê dizer?

- Obrigada pela gentileza. Agora tenho que ir.

- Tudo bem. Não quero atrapalhar. Fala com voz um tanto embargada, estende um cartão de visitas, dando um passo para o lado para que ela seguisse.

Verinha se vai sem dizer um ''tchau''. Neste momento o mundo desaba em sua cabeça. Sente-se o pior dos homens. Tem a impressão que a torcida do Flamengo está olhando e rindo de sua cara. "Que mico eu to pagando!", pensa enquanto vai para sua moto sob o olhar atento dos seguranças que estavam a uns metros. Sobe em sua moto e diz a si mesmo, com a fé de quem quer um milagre: "Ela vai ligar! Pegou o cartão...".

terça-feira, 20 de agosto de 2013

ERA TODA CERTINHA

As histórias que contamos para os amigos e amigas são sempre as diferentes, as melhores, as inusitadas, as pouco prováveis, as surpreendentes. E muito mais nas histórias de sexo. Quem falaria do incrível ''papai-mamãe'' que fez com o esposo?

Hélcio estava a caminho de uma loja para verificar alguns produtos que queria comprar. Era do tipo que conversava muito com os vendedores, de duas ou três lojas, para fazer uma média das informações sobre o que desejava adquirir. Parou no sinal com sua moto e viu que atrás para uma garota em sua Biz. O rosto da garota reluziu para ele. Jeitinho claramente de tímida, óculos grandes, toda certinha, empinadinha. Parecia saída de uma revista. Virou-se elogiou-a. Imediatamente ficou ruborizada e desviou o olhar. No próximo sinal que pararam ele ficou ao seu lado, pois tratara de deixar que o ultrapassasse. Novamente a elogiou.

- É bom receber um elogiou né. Faz bem pro ego...

Ela agradeceu ainda mais envergonhada. Aquele sorriso o deixou absolutamente encantado.

Bem, não fora a primeira vez que fizera tal Gesto. O rapaz gostava de expressar esse tipo de gentileza, pois sabia que fazia bem. O cuidado era para não ser do tipo ''tarado'' que causaria rejeição. Se bem que, com um capacete na cabeça, em meio ao trânsito, que diferença faria? Para ele fazia.

O tempo passou e esqueceu do que havia feito. Porém, essa história não seria escrita se acabasse assim. Passados 11 dias, mais ou menos no mesmo horário, lá estava ela na Biz, tímida, óculos grandes, toda certinha, empinadinha. Ah, e o cabelo liso, castanho, alguns centímetros sobre as costas. Mais ousado, com todo o risco de abrir o sinal, desce da moto, ajoelha-se no asfalto e, de braços abertos, grita "Você é linda!".

Verinha espanta-se, avermelha, treme dos pés à cabeça, sente um calorão subir-lhe as costas, as mãos suam dentro das luvas... Não sabe o que fazer. ''Quem é esse louco?" Pensa, morrendo de curiosidade em meio ao medo.

Jamais imaginara que isso poderia acontecer. De tão reservada achava-se invisível a ponto de não namorar. Bem, tivera apenas um momento aos 17 anos. Estava com 19 e ainda não tinha experimentado o sexo que, nas noites ardia sob o lençol. Tinha medo dos homens, tinha pudores, não queria ser ''igual a umas e outras'', conforme sua mãe tanto falava. Poucas amigas, mergulhada em livros e quitutes de final de semana. Gostava de filmes biográficos e nunca vira qualquer coisa mais ousada, como as colegas de faculdade que alugavam filmes pornográficos aos sábados à tarde em meio à muitas risadas. Pelo menos é o que diziam fazer.

Ah, seria um homem interessante? Qual sua idade? O que faz? Trabalha? Estuda? Que livros lê? E se fosse um safado? Mas a voz parecia tão gentil e forte. Gostara do estilo dele. Gostara até da moto dele. Gostara muito mais do que fizera, da ousadia, de não ter vergonha, de não importar-se com o que diriam os demais. E quando faria isso novamente?

O tempo, impiedoso, passa e Verinha, no mesmo trajeto, dia após dia, ansiava por ser alvo de tão bela declaração novamente. O sono demorava a chegar desde aqueles dias. Fizera mil imagens dele. Em seus devaneios já jantara, passeara pela praia, contara as estrelas e, num gesto quase inconsciente de abrir suas pernas, desejava sexo. Como em poucos momentos vinha acariciando-se com tanta intensidade. Definitivamente, algo tão singelo e rápido, tinha mexido tanto com sua vida.

E o que fazer para encontrar novamente aquela ''deusa'' se não poderia seguir no mesmo horário todos os dias até que a encontrasse novamente? Sim, na primeira vez foi algo como que ''sem querer'', mas duas vezes em tão pouco tempo era como um chamado do Olimpo. Não havia outra forma, tinha que tentar a coincidência mais deliberada possível.

Contudo, o que um homem de 41 anos poderia querer? Depois daquele segundo encontro dizia a si mesmo: ''Para com isso. É uma criança...". O que parecia uma brincadeira tornou-se um delicioso tormento. Que loucura poderia ser maior que investir nisso e ver nos olhos dela, aqueles olhos negros, a mais absoluta decepção. Ela deveria imaginar um garotão de olhos verdes e cabelos loiros. Claro, para variar fazia o ideal dela muito diferente de si. "Eu raspo a cabeça pra disfarçar a calvície!", dizia a si mesmo numa tentativa de desistir da ideia.

- Cara, fiz uma brincadeira e to ficando meio doido. Disse Hélcio a um amigo bebendo uma cerveja no Mercado Público em Florianópolis.

- Sei lá mano... Tem cada doideira na vida. Vai que que rola?! Na próxima vê se pega a placa, seu porra!

(Continua em QUE MICO EU TO PAGANDO)