domingo, 18 de agosto de 2013

INSACIÁVEIS

Este texto é o final a partir de A INSACIÁVEL.

Rafael sabia que ela seria um desafio. O mesmo pensava Flávia dele, mas estava decida após conhece-lo pessoalmente num encontro que dera um jeitinho de providenciar, ''sem querer'' obviamente. Nessas horas pinta uma insegurança muito grande em ambos. Ao mesmo tempo o novo faz a mente delirar, o coração bater mais forte, o corpo esquentar ao mesmo tempo que o tal frio na barriga aparece. A mistura de sentimentos ronda suas mentes e o desejo aumenta a cada conversa, a cada silêncio. Um percebe a respiração do outro, mesmo ao telefone. O diálogo, naqueles momentos em que falam de trivialidades do trabalho ou do dia-a-dia, não esconde o que pensam. Aliás, pensam em sexo o tempo todo ao falarem da cor do carro, dos filmes e atores que gostam. No fundo, ou no raso, querem é falar de sexo, querem fazer sexo.

Como seria aquela boca, o que fariam aquelas mãos, por onde passariam suas línguas...

Cuidadosa, Flávia  tem muitas informações sobre Rafael. Encontra-se, de certa forma, segura de que não está diante desses caras nojentos que adoram falar de suas conquistas em meio a muita cerveja. Sente-se à vontade para desejá-lo. Por sua vez ele quer aquela mulher por sua beleza, porque havia feito o amigo desistir e porque não era dessas garotas frívolas, bobinhas, que olham através dos rapazes como se fossem invisíveis.

- Eu nunca me senti assim. Disse Rafael num lampejo de sinceridade um tanto tola.

Afinal, essa dela ser a "primeira" beira um clichê medonho. Contudo, clichê ou não, era o que havia em sua mente. Suas experiências anteriores foram muito boas, algumas pelo menos, sem que tenha feito algo que o surpreende-se de fato. Havia transado com mulheres deliciosas em vários aspectos. Lembrava com saudade de momentos muito loucos, como o que experimentou aos 19 anos ao transar com a amiga de sua mãe dentro de um ônibus, durante a madrugada, entre São Paulo e Curitiba. Ou da vez que dirigiu por toda a avenida Assis Brasil, em Porto Alegre, recebendo sexo oral, em plena hora do "rush". Viagens em vários sentidos...

- Calma que estamos apenas conversando. Flávia deu a famosa sacudida de arrumação.

Em seu íntimo ela alimentava a vontade de ser pega por um homem com atitude de homem, com força e suavidade ao mesmo tempo. Um cara que a olhasse nos olhos e a beijasse de várias formas. Que não achasse que a transa se resumisse em chupadas e no tamanho de pinto. Claro que suas experiências, algumas pelo menos, foram interessantes. Curtiu muito com o cara que a chupou no elevador, dos momentos que passou num set de gravação de filmes pornôs e das boas risadas que dera com os atores e suas histórias hilárias. Ria sozinha quando pensava no quanto sexo poderia ser engraçado. E como esquecer da viagem à Grécia e do que foi incrível transar vendo o mar azul que banhava Creta. Sentira-se uma deusa...

- Flávia, quero me encontrar com você, mas não será num motel, ou na sua casa. Não! Quero que seja inesquecível. Eu não aguento mais de tanto tesão e quero que não seja apenas mais um encontro.

- Também quero! Estou enlouquecida. Ouvir a tua voz me deixa molhada...

Naquele final de semana ficaram apenas um para o outro. Rafael aluga uma pousada em Governador Celso Ramos, próximo a Florianópolis, sem que ela soubesse para onde iriam. Era uma pousada de apenas um quarto, banheira com vista para o mar em meio à vegetação, lareira, ambiente rústico... Perfeito para o momento.

Ele abre a porta do quarto e a surpreende com um tapete de pétalas vermelhas, o vinho estava à mesa e um presente sobre a cama. As cortinas balançavam com a brisa enquanto o sol lançava sua mensagem. Flávia para na porta por um instante. Seus olhos brilham, seu corpo treme, sente sua 'xana' aquecer-se ainda mais, sua boca saliva e morde os lábios. Rafael sorri, entra, pega em suas mãos e leva-as à boca, beijando suavemente, tocando-as com sua face e a trás para seu corpo. Beija-a na boca e com o pé fecha a porta.

Beijam-se enlouquecidamente enquanto suas roupas perdem-se pelo chão. O cheiro das rosas, a brisa, o calor dos corpos... Ah, entregam-se à paixão, ao sexo sem limites, sem horários, sem pudores para saciarem-se.

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