quarta-feira, 17 de abril de 2013

BENDITA DONA BERNADETE (Parte I)

Ela estava cansada de apenas se masturbar e não queria usar um dos tais ''consolos''. Achava que era o fundo do poço sexual buscar num vibrador seus orgasmos. Imaginava uma boa historia de sexo. Vivian, passava um momento profissional muito bom, sua carreira a satisfazia e, portanto, sua tensão voltava-se para suas necessidades mais íntimas.
- Eu quero um homem!, dizia a si mesma naquela tarde de sábado. E por que não estava com um, sendo bonita, 31 anos? Essa pergunta a incomodava, mas muito mais estar com um tesão louco, molhada, numa tarde que pedia sexo. Sequer ponderava as tantas insinuações de tantos homens que havia rejeitado.
- Não, não vou calcular quanto tempo faz desde a última cavalgada, falou em voz alta.
- Ridículo! Só o que me falta é falar sozinha. Fim de carreira!, acrescentou, rindo de si mesma.

Toca a campanha.
- Meu Deus! Um homem..., exclamou sem ao menos ver quem era.
Olha pelo ''olho mágico'' e quanta decepção ao ver um garoto pedindo pra buscar a bola. Ela vai até o quintal da casa, pega a bola e devolve ao dono. Vira-se para entrar quando estaciona um carro na frente da casa do lado. Por um instante ela para. Ele desce do carro, fica parado um segundo e fecha a porta, dirigindo-se para a casa.
- Seria o novo dono? Eu não teria tanta sorte de ter um vizinho desses, gostosão... Pensava, enquanto mordia os lábios.
Era Danilo.

Ele a vê e vem em sua direção. De súbito começa a tremer. Está congelada, uma estátua.
Ele abre um sorriso lindo enquanto retira os óculos de sol. Pega um papel no bolso blazer, para, lê e olha para ela novamente.
- Oi, podes me ajudar? Pergunta com uma voz mansa e tranquilizadora.
- Sim, acho que sim. Mas em seu pensamento salta "tu podes me ajudar?".
- Dona Magali ainda mora aqui?
- Não ela se mudou.
A conversa começa com trivialidades sobre como era uma vizinha boa a Dona Bernadete e segue por outras tantos assuntos. Os olhares denunciam intensões, a fala começa a mudar, o muro parece estreitar-se a ponto de sentirem a respiração um do outro. Já nem lembrava do porquê ele estava ali e procurando uma senhora de 70 anos. Passada quase uma hora de risos fáceis e observações de como a boca era um do outro ele pede seu telefone e a convida para um jantar.
- Hoje?
- Sim, hoje.
- Por favor, me ligue às 20 horas, pois combinei de sair com uma amiga...

Às 20 horas ela estava ao lado do telefone. Passa um minuto e está absolutamente ansiosa. Um, dois, três minutos e toca. Ela já estava pronta ''para sair com a amiga''...

Encontraram-se. O jantar foi maravilhoso com um vinho delicioso e uma conversa muito agradável. Vivian sentia a tranquilidade e segurança que passava a voz de Danilo. Seus olhares já não escondiam o que queriam até que ele pegou em sua mão, fez silêncio, olhou-a de forma firme com um leve sorriso...

(Continua)

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